"Look, I'm just gonna be myself." -Peter Parker
Se fosse é um ser humano e nunca sonhou em ganhar super poderes, você provavelmente nunca viveu. O personagem homem-aranha sempre foi aquele herói com o qual as pessoas conseguiam se identificar, agora, com Tom Holland no papel, a faixa etária alcançada inclui os adolescentes. Eu como uma jovem de 17 anos, apesar de tecnicamente ser mais velha que Peter, sinto e entendo exatamente todas as emoções da juventude pela qual ele está passando. Esse filme é a mistura perfeita entre um coming of age e um filme sobre super heróis.
Talvez a primeira frase que venha a cabeça quando se pensa em Peter Parker é "With great power comes great responsability". Essas palavras não chegam a ser proferidas no longa, no entanto fazem completo sentido na narrativa. Peter consegue seus poderes de forma tão repentina que agora ele necessita aprender a lidar com as consequências do mesmo. Depois de uma incrível participação em "Captain America: Civil War", ele precisa aprender coisas básicas da vida como a hora certa e errada de se intrometer em um problema e o quanto ele consegue lidar no momento. O tio Ben pode não estar aqui para guiar nosso menino, mas Tony Stark (Robert Downey Jr.) marcou presença. Claro que nós espectadores sabemos que o homem de ferro encontra-se longe de ser perfeito. Todavia, Peter o vê como um modelo a ser seguido e, nessa nova visão do MCU em que o mesmo é visto como herói e não pessoa, ele pode ser. Peter vai conquistando Tony aos poucos e o clímax da relação dos dois chega em um diálogo com atuação fenomenal de ambas as partes.
De volta a essa ideia de que temos aqui uma fresca visão do universo, esse é um ponto no qual eu havia tocado em meu artigo sobre "Ant-Man". Porém "Spider-man: Homecoming" faz isso com ainda mais maestria. Peter não é famoso, alienígena ou um deus. Ele é só um menino que, assim como muitos, cresceu adorando os vingadores e isso é o mais interessante. Espero que eles mantenham esse tom nos próximos filmes do mesmo.
Tenho falado tanto do personagem em si, hora de falar do ator. Tom Holland está incrível no papel. Eu vi entrevistas sobre o mesmo ter chegado ao ponto de "se infiltrar" em uma escola enquanto se preparava para o papel. A comédia se encaixa perfeitamente, mas a emoção que ele trouxe para a cena dos escombros mexeu com meu coração de uma maneira indescritível.
O elenco secundário também não fica atrás na atuação. Jon Fraveau reprisando seu papel como Happy Hogan continua hilário, Zendaya como MJ é algo dos deuses (Quem não ama a Zendaya?), Marisa Tomei como Tia May (bem mais nova e animadora do que seus predecessoras) e Jacob Batalon como Ned Leeds é o " nerd da cadeira"/melhor amigo perfeito para Peter. A revelação de que a personagem Michelle (Zendaya) é a MJ dessa versão foi algo que me animou demais. Mal posso esperar para os dois ficarem juntos, mas acho que a jornada vai ser boa demais para eu querer perdê-la. Ademais, o retorno de F.R.I.D.A.Y me fez finalmente gostar da inteligência artificial.
Por último, vamos abordar o tópico do vilão. Michael Keaton no papel de Abutre retrata um homem que a sociedade falhou. O personagem é levado ao crime como um meio de sobrevivência após perder sua oportunidade de emprego. Claro que isso não justifica os níveis de reação aos quais ele chegou, mas torna o personagem mais plausível e responsável. Ele não é mau porque sim. Ele sofreu uma transformação coerente até chegar aqui e ainda manteve certo nível de humanidade, algo que o terna ainda mais realístico.
Não deixe seu apego por filmes anteriores do Homem-Aranha te impedir de aproveitar esse muito filme. Você não vai se arrepender.
Nota: 8.8
-Ass: Nana Parker
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