“Whatever happens tomorrow you must promise me one thing. That you will stay who you are. Not a perfect soldier, but a good man.”
– Dr. Abraham Erskine
Acho que preciso admitir que demorei para me render a "febre Marvel". Parte disso vem de minha relutância quanto a filmes muito famosos (os filmes "modinha"), mas a verdadeira razão para minha demora é meu apego pela DC Comics. Eu cresci com heróis dela e assistir os filmes da maior concorrente sempre me trouxe uma sensação de traição. Não me culpe, ok? Sou só uma garota de 16 anos meio nerd e MUITO viciada em seriados e filmes, não tenho o nível de imparcialidade desses críticos de cinema por aí. Agora, se isso é bom ou ruim... Acho que você vai ter que decidir. De qualquer forma, aqui vai uma "tentativa de crítica de cinema" e dedos cruzados que não seja uma bosta.
"Capitão América: O Primeiro Vingador" é cronologicamente o primeiro filme do MCU ( Universo Cinematográfico da Marvel). Por isso, eu o escolhi como o pontapé inicial dessa minha jornada de fã da DC adentrando o mundo Marvel. O filme como um todo fez um ótimo papel de introdução começando com algo consideravelmente simples e (com exceção das habilidades do nosso querido Steve) realístico. Eu não tenho vivido debaixo de uma pedra nos últimos anos e sei que chegaremos a ver aliens, deuses, mutantes e muito mais. Por esse motivo, aprecio esse início mais "clean" sem muitas expansões do universo (literalmente, no caso de aliens).
A Segunda Guerra Mundial (assim como sua precursora) já se tornou uma temática frequente no Cinema, sejamos bem sinceros. No entanto, o filme não se apega a isso deixando em segundo plano toda a questão política, estamos aqui para ver o Capitão América (não Hitler) e o roteiro sabe disso. A guerra é crucial para o desenvolvimento de nosso protagonista o que fica claro em poucos minutos de filme. Steve Rogers (Chris Evans) é um "homem pequeno" que quer lutar por seu país e não desiste até que alcança seu objetivo. É uma mensagem importante, mas me traz certo receio quanto a personalidade de Steve no pós guerra.
Nos primeiros 30 minutos, temos um óbvio efeito de edição. Nunca na vida que o Chris Evans ia conseguir mudar tanto para fazer um filme, né? Fiquei com uma leve sensação de estranhamento, provavelmente por conta da imagem que eu tenho do ator na minha cabeça, mas é sim um bom efeito, ainda mais pelo quanto tiveram de mudar das medidas do ator. As fotos da versão não modificada que tem por aí mostram essa diferença GRITANTE. Não sei quem teve de fazer isso, mas essa pessoa tem meu respeito e merece mais que Palmas, o Tocantis inteiro.
Apesar de curtir o nosso herói principal, os personagens que realmente conquistaram meu coração foram Bucky e Agente Carter. A relação dos dois com o Steve é loucamente bem construída, o que ajuda e muito, mas o que me fez me apaixonar por esses dois foi (com toda certeza) a atuação. Sebastian Stan deu um carisma para o personagem que eu me arrisco dizer que não existiria sem ele. O ator faz com que a gente se importe (e muito) com um personagem claramente secundário. Bucky é praticamente o 'sidekick" do Capitão, um Mushu para nossa Mulan ocidental e masculina.Já Hayley Atwell traz uma representação girl power da Agente Carter, não é atoa que a personagem chegou a ganhar até seu próprio seriado (que com certeza está na minha lista). Particularmente, eu adorei todos os momentos na qual ela afirmava que "o Steve não sabia nada sobre mulheres". A química entre os atores é clara e a atração e ciúme que ela sente, mas que claramente tenta não demonstrar para não "parecer fraca" para seus colegas de trabalho (vale ressaltar, que eu não notei nenhuma outra mulher entre eles) é tão bem representada que eu não tenho palavras para descrever. Veja com seus próprios olhos, vale MUITO a pena.
No entanto, nem tudo são flores. Até o momento não dei nenhum grande spoiler sobre a história, mas estejam avisados que aqui vai. No filme, temos "duas" mortes. Digo duas porque apesar de o Steve não morrer era suposto que nos sentíssemos como se ele fosse durante aquela cena (quase) final. Contudo, a questão é exatamente essa, a primeira cena do filme nos traz uma grande desconfiança de que o nosso Capitão América agora viria para o presente tirando um grande peso daquela cena. É claro que o peso da separação do casal é grande, mas levando em consideração que o público alvo não é adolescentes emotivas como eu, tenho minhas dúvidas se a cena teve o impacto que deveria.
A outra morte também perdeu impacto para mim só que essa é culpa minha e não do roteiro. Toda a questão do Bucky ser jogado para fora do trem e no meio de um nada cheio de neve é sim impactante. O problema foi que, como eu disse antes, não estou vivendo embaixo de uma pedra e esse filme é de 2011. Eu sei que o Bucky volta então não me emocionei com a cena do jeito que eu deveria. Se alguém aí está na mesma situação que eu no quesito não ver filmes da Marvel, esteja avisado e ciente de que a internet já provavelmente lhe trouxe MUITOS spoilers.
O vilão em si não teve grande carisma, para falar a verdade ele foi completamente esquecível. "Caveira Vermelha" é um nome que eu ouvi tanto falar que me trouxe altas espectativas tendo sido uma grande queda quando todas essas me decepcionaram (uma queda maior do que a que o Bucky sofreu rs). No entanto, o personagem secundário Dr. Abraham Erskine foi na minha opinião uma adição incrível. Ele e Steve tem cenas marcantes juntos e a morte do mesmo foi não só um ponto relevante para o filme, mas algo com o qual eu me importei o que demonstra o nível de desenvolvimento exato para o personagem.
Consegui perceber uma "divisão" do filme já que, na primeira metade, Steve se torna o Capitão América heróico que todos esperávamos e, então na segunda, ele tem de lidar com o vilão. Imagino que isso vá fazer parte da fórmula da empresa nos filmes de origem dos heróis já que é um formato claramente eficiente, mas veremos conforme eu assisto os próximos. Em geral, eu gostei bastante do filme. Foram 2 horas divertidas durante as quais eu me envolvi com a história, o bastante para ter meu coração completamente partido em uma simples frase: "Eu tinha um encontro"💔.
Nota: 8.4
-Ass: Capitã Nanamérica ;)
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